Um doce mergulho no ócio...
Os melhores perfis do Tik Tok (sem dancinha), il dolce far niente e fotos do Monet (muitas).
Viva o ócio
Chegou o BBB e com ele toda a discussão sobre alienação, ler livros, etc. Aproveitando o bonde, chegamos com essa newsletter incentivando o ócio. Se ele é assistindo uma série, deitado olhando pro teto, vendo vídeos de limpeza de tapetes, plantando uma planta, aí vai de você, mas aqui estamos para te incentivar e tirar qualquer culpa sobre esse momento essencial.
E, nessa edição, você recebe não apenas uma - mas cinco fotos do Monet. É um presente pra você, inscrito. Se ainda não se inscreveu, essas fotos não são pra você. Mas poderiam ser, olha só…
Bom mergulho!
Il dolce far niente - por Piera
Eu sou uma grande apreciadora do ócio, ou do Il dolce far niente, como fazem os italianos, que não só quer dizer não fazer nada mas também que você deveria apreciar o tempo em que não faz nada. Talvez, para a galera da alta performance, rendimentos mil, bora-virar-a-noite-timê eu soe preguiçosa, mas essa não é minha galera, então pouco me importa.
Esse momento doce do ócio é, pra mim, muito mais útil que qualquer papo motivacional de como aumentar a produtividade, a criatividade e a ansiedade. O momento que eu me desligo de tudo que fico ligada em todo o resto do tempo é o momento onde eu consigo me recarregar, é quando, sem forçar a barra, eu me conecto com o que pode se transformar em referência, onde eu consigo digerir decisões difíceis (por simplesmente não estar pensando sobre elas) e é quando eu tenho as melhores ideias sem nem perceber.
Eu já fui muito boa em não fazer nada, mas o capitalismo me corrompeu. Pouco a pouco tento voltar à doçura do ócio, dos momentos onde a mente não desliga, mas muda de sintonia, quase como quem muda do canal de notícias 24h para o canal de arte (ou para o pay-per-view do BBB, depende do dia).
A verdade é que esse texto é um mero tira-culpa, minha e sua, para que você dedique seu tempo a não fazer nada e para te lembrar de algumas coisas:
- Não merecemos o ócio, Il dolce far niente é algo que deve estar na sua rotina, que é seu por direito e não uma recompensa (alô alô direitos descansistas);
- Haverá culpa durante o ócio, mas você pode justificar - para você mesmo - citando Domenico De Masi que escreveu um livro sobre isso, Ócio Criativo;
- Uma pessoa que vive sempre nos mesmos ambientes, vendo, ouvindo e falando sobre as mesmas coisas com as mesmas pessoas, uma hora fica sem bagagem para criar. Tudo que a gente cria é baseado em algo que vimos e sentimos;
- O ócio não precisa nem deve ser algo que dependa de dinheiro, ele pode ser literalmente escutar uma música, jogar uma bolinha pro cachorro ou ler um dos 20 livros não lidos da estante (aqueles romances e não os sobre trabalho);
- Gente foi feita pra brilhar, e isso quer dizer que a gente foi feita mesmo é pra dar pinta por aí, e não pra morrer soterrados por emails e boletos.
É isso, que a gente não se esqueça de não fazer nada.
Tudo que você perdeu no Tik Tok nessa semana - por Julião
Tik Tok é dancinha, sim (desenrolabatejogadeladinho), mas também tem muito conteúdo legal - eu garanto. Apesar de ser um dos grandes defensores de conteúdos aprofundados na plataforma, achamos que, com o tema da semana, essa seria uma ótima oportunidade pra lançar o novo segmento dessa newsletter.
A ideia é que toda semana (ou de tempos em tempos, veremos), vou compilar o que tá rolando no Tik Tok segundo meu algoritmo, pra que você não precise entrar - apesar de eu recomendar entrar, pelo menos uma vez ao dia.
Vejo o Tik Tok como a porta de entrada para outras drogas. Muito assunto começa por lá e transborda pra outras plataformas - e isso acontece de duas formas.
Primeiro, com as tendências. Tudo que começa no Tik Tok vai aparecer em mais ou menos duas semanas nos outros lugares. A música que vamos cansar de ouvir no carnaval é, na verdade, a música do fim do ano no Tik Tok.
Mas o que mais me pega é que o Tik Tok é usado como isca pelos criadores para você consumir conteúdos em outras redes. Cortes, teasers, aquele behind the scene, histórias… tudo vai pro Tik Tok e ganha impulsionamento mais relevante e aprofundado que uma mídia paga pra awareness que as marcas tanto procuram… O Twitter ficou sério e grande demais pra um criador de conteúdo desabafar, o Instagram nem se fale. O YouTube é só pra quem quer muito fazer, e bem feito.
Um exemplo desse uso é que ontem mesmo trombei com o John Green lá no Tik Tok - sim, o autor do "A Culpa é das Estrelas" e ele reage aos leitores contando suas histórias de relação com suas publicações, conta bastidores e mostra o dia a dia. Seria estranho o John Green fazer isso no Instagram. No Twitter, seria um reboliço.
Fiz uma lista me mantendo fiel ao santo ócio, que glorifica pela falta de profundidade. Vou excluir aqui BBB, que obviamente, é o mais comentado agora. Se você trabalha ou gosta de algum dos segmentos abaixo, fique calmo. Esses assuntos têm um espaço muito especial no meu coração e só estão nessa coluna pelo caráter de entretenimento que proporcionam.
1- Detectorismo
Resumindo: esses vídeos são sobre pessoas que caçam coisas enterradas ou submersas com ajuda de ímãs ou detectores de metais em locais históricos, rios ou praias. Se você estiver no litoral ou for nos próximos meses, veja se no fim do dia umas pessoas vão caminhar pela extensão de areia com máquinas vasculhando tudo. Eles passam o detector que encontra os objetos que você perde - moedas, jóias, óculos - esses são os achados mais comuns - mas semana passada fui impactado por um serzinho iluminado que encontrou um MOTOR DE NAVIO ENTERRADO. Nos Estados Unidos, detectoristas gostam dos campos de batalhas da guerra civil para encontrar botões dos uniformes, balas, moedas e até armas. Na Europa, o mesmo acontece com locais da Segunda Guerra.
2- Os mineiros de lixeira
"Dumpster Diving" - isso é o que você precisa jogar na pesquisa do Tik Tok pra mergulhar nesse mundo, às vezes fétido, dos caçadores de tesouros em lixeiras. Isso é praticamente uma profissão nos Estados Unidos, tá? Sigo um casal que vive disso e já lançou até curso online sobre o assunto. Todo dia, o moço em questão, pega sua camionete e abre os lixos de lojas, mercados e empresas atrás de sucata para vender ao ferro velho. Acontece que não é só isso que ele encontra. Muitas vezes, lotes inteiros de produtos novinhos, eletrodomésticos, eletrônicos e muito mais. É impressionante, tem um suspense gostoso - e por isso, esses caçadores filmam tudo, editam e jogam nas redes. Cada lixeira é como uma caixa surpresa. Encontrei até o Tony, um brasileiro que faz isso e posta por lá, vale conferir. Ele prefere pegar descartes em bairros residenciais, quando os moradores deixam ítens na calçada, mas não deixa de ser fascinante.
3- Reviews de postos de gasolina
Esse caso de amor com review de coisas estranhas veio do YouTube e transbordou para o Tik Tok. Tudo começou quando conheci o Chris. No canal do KBDProductions, ele passa incríveis 24h no maior posto de gasolina do mundo. O conceito é simples, fazer todas as refeições do dia por lá, provando iguarias locais e mostrando toda magnitude desse empreendimento tão valioso para cultura norte americana. Os reviews ficaram famosos, principalmente a parte onde Chris costumava degustar as comidas - e é exatamente isso que ele faz no Tik Tok. Ele come - e eu amo. Pra começar, ele faz isso no carro, e para organizar tudo, ele tem uma mesinha acoplada no volante para apoiar todos os ítens. Ele não é um crítico gastronômico renomado nem chef. Ele é um tiozão canadense que gosta de comer, e isso é mágico.
Semana que vem trago mais perfis legais pra seguir. Aliás, me conta o que você quer que eu procure, que eu trago.
E quando me perguntarem se passo tempo demais no Tik Tok, vou dizer que é pra newsletter.
Lista do ócio - por Piera e Julião
TV: BBB, óbvio (apesar de termos chegado a conclusão que há muito tempo o programa estimula demais discussões nas redes. Isso é ótimo, mas não funciona pro nosso ócio. Só vale se for assistir pela bobageira)
Música: Aqui em casa ouvimos muito - a Alexa não tem um minuto de descanso (perdão, descansistas). Vai uma breve listinha do que mais estamos ouvindo no momento: Stromae (VÁ OUVIR AGORA), É o Tchan (de verdade), Zeca Pagodinho, Djavan e o melhor de todos - Roberto Carlos en Español (de verdade, de novo).
Série: A Piera tá assistindo Emily em Paris loucamente, mas não vai querer contar aqui. Vamos fingir que ninguém leu, tá? Fora isso, nossa série sem profundidade preferida é Chicago Fire, que tá na Amazon Prime Video. Personagens que alternam entre bobos, chatos ou gostosos entrando em prédios em chamas. É isso.
Fofoca: Saber fofocar é uma arte, e quando feita da forma correta, edifica. Não vamos ensinar aqui a forma certa de fofocar, cada um aí com a sua consciência, mas um tempo no sofá, no telefone ou até por email (sim, tem fofoca que poderia ser um email), vale como momento de ócio por aqui sim, aquele momento que você esquece das merdas da própria vida e encaminha o post da Luana Piovani pra amiga.
Sabores: Por aqui, levamos a questão do sentir muito a sério, e um dos lugares onde adoramos sentir o doce gosto do ócio é na comida, e nada melhor que fazer nada tomando um café quase almoço (famoso brunch) na maravilhosa St. Chico, aliás indicamos tanto que até o Monet ali embaixo te indica.
Foto do Monet da semana
Semana que vem vai ser na correria, vamos, na própria sexta-feira pra Salvador - já fica o aviso…
Beijos afetuosos, Monet, Piera e Julião.
Ameeeeei ! Descansinho é ler a newsletter.
Amei que cês curtem Chicago Fire kkk, amo as misturas de casais. Numa vibe muito parecida tem o The Rookie na globo play, onde tem a franquia Chicago toda :)